Uma Igreja Comprometida – Com a Unidade

Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn

Jesus intercede em sua oração sacerdotal em João 17.20-21 pelos apóstolos e por toda a sua Igreja de todos os tempos com as palavras: ”Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra,a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” Um conhecido ditado popular diz:” A união faz a força!” Em Eclesiastes 4.12 referindo-se à unidade do vínculo matrimonial Salomão exclama: “O cordão de três dobras não se rebenta com facilidade.” No Salmo 133.1 e 3b o salmista Davi declara: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre”.

         Porque essas citações? Para mostrar a importância e a necessidade da unidade na diversidade. A diversidade se faz necessária. Já imaginaram o mundo ao vosso redor, caros leitores, com uma cor só? São as cores diferentes que dão beleza à natureza. Já imaginaram um instrumento musical de cordas que tem todas as cordas iguais? São as diferentes cordas que proporcionam melodias harmoniosas. Ou um teclado com todas as teclas possuindo o mesmo tom? Não poderíamos usá-lo. E se todas as pessoas tivessem as mesmas opiniões? Os relacionamentos se tornariam monótonos e sem graça. E se todos os dias você tivesse que comer a mesma coisa? A diversidade é, portanto, uma necessidade para uma vida mais agradável e feliz.

         A Igreja está comprometida com a sua unidade, como corpo de Cristo. Precisa estar em união, em harmonia, perfeitamente sintonizada com o seu cabeça, que é Cristo. Tem a responsabilidade de zelar para que a vontade Dele, seus preceitos, seus ensinos sejam ensinados, pregados e vividos. Disso dependerá a vitalidade e a autoridade espiritual da Igreja, bem como sua saúde doutrinária. Há alguns anos participei de uma Assembléia de Igrejas em nível de América Latina e ouvi da admiração de outras Igrejas a respeito da nossa, pela sua unidade e coesão. Fiquei feliz, agradeci a Deus por isso e continuo rogando para que Deus mantenha essa Igreja nesse propósito. Dessa saúde doutrinária e espiritual da Igreja dependerá também a interligação de cada membro com o outro, o que permitirá a habitação e morada do Senhor, transformando a vida e o corpo de cada um no santuário de Deus.

         A Igreja também tem a responsabilidade de zelar sobre a unidade interna e a fraternidade entre os membros. Nada pode ser mais prejudicial e enfraquecer mais a saúde espiritual de uma Igreja do que discórdias, desavenças, partidarismos internos. É natural que haja divergência de opiniões e pensamentos no seio da Igreja, mas é necessário que cada um lute por aquilo que sirva para o bem da causa do Senhor e procure sempre o consenso, o entendimento. A Igreja tem o compromisso de orientar seus membros e doutriná-los para que entendam que a sua unidade só é possível mediante o respeito à liberdade de expressão do outro, porque a liberdade de cada um começa onde termina a do outro.

         Não faz sentido, as Igrejas cristãs brigarem e serem hostis entre si pelas suas diferenças, mas deveriam unir o que têm em comum para vir ao encontro das necessidades do seu contexto social no qual se encontram inseridas. É exatamente isso que os Conselhos de Ministros Religiosos procuram fazer em suas cidades. É uma unidade que devemos buscar; não unidade doutrinária, administrativa ou organizacional, mas ecumenismo a meu ver é exatamente essa unidade onde as Igrejas caminham juntas buscando o bem estar social e espiritual dos cidadãos. Com alegria e gratidão vejo que essa é uma luta na qual estamos, como Igreja, empenhados desde o começo.

         A Igreja também está comprometida com a unidade nas famílias. Esse assunto abordamos na nossa coluna do mês passado. A Igreja precisa fazer tudo que está ao seu alcance para que suas famílias permaneçam unidas, coesas, e as diferenças dos cônjuges não os levem à separação, mas lhes sirvam de desafio para a procura de soluções. Para alcançar isso se realizam palestras pré-nupciais, encontros de casais, encontros de famílias, seminários nos Congressos etc. O marido, a esposa e Cristo são as dobras que precisam ser entrelaçadas para que a corda matrimonial e familiar não se rebente com facilidade. Enquanto mantiver as famílias unidas terá uma Igreja unida, mas assim que desmoronar a família, a Igreja também ruirá. Família unida, povo unido, igreja unida jamais serão vencidos, porque a união faz a força.

         A perfeita e derradeira harmonia, unidade da Igreja será alcançada tão somente quando todos serão “… um rebanho e um pastor”. (João 10.16) No céu não entrará nada daquilo que provoca desarmonia, contendas e lágrimas. Lá haverá paz completa, harmonia perfeita e eterna.

         Como você vive com seu esposo, com sua esposa, com seus vizinhos e amigos? Há unidade na diversidade? E na sua Igreja? Você busca e luta também pela unidade na diversidade ou sempre briga pela razão? Comprometa-se com a unidade, busque-a e lute por ela, para experimentar a bênção que ela proporciona.