Uma Igreja Comprometida – Com a Família

Autor: Pr. Ivo Lidio Köhn

A família é a célula da sociedade. É o berço, o começo da vida e existência de cada ser humano. É um dos principais ingredientes do bolo da felicidade humana. É o ninho que proporciona aconchego, segurança e paz em meio aos temporais terrenos. Deus estabeleceu a família quando disse ao primeiro homem: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gn 2.18) E quando no ato do casamento de Adão com Eva lhes disse: ” Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra…” (Gn 1.28) Em todos os tempos e em todos os povos, a família sempre foi muito valorizada e respeitada; e quando isso não aconteceu, os resultados foram muito tristes.
Porque a Igreja deve estar comprometida com a família? Para garantir a sua própria sobrevivência, pois ela é e deve ser a segunda família de cada membro. Já imaginaram a vida eclesiástica se na primeira família não houver harmonia, paz, entendimento, compreensão, ou seja, saúde espiritual? Não se consegue enganar por muito tempo, ou seja, ser uma coisa em casa e outra fora de casa, porque nossos atos são comandados pelos sentimentos e pensamentos do nosso coração. Se nosso coração for bom e estiver em paz, viveremos em bondade e paz em casa, com nossos familiares e também na Igreja, com a nossa família de fé. Se nosso coração estiver cheio de mágoa, ressentimento, ódio, nossa boca transbordará disso por onde circulamos. Tenho focalizado muito a família em estudos e mensagens nos últimos anos, pois ela está sendo um dos principais alvos de Satanás. Também trabalhamos com encontro de casais para falar sobre a vida matrimonial e familiar. Os noivos que se preparam para o casamento recebem aconselhamento pré-nupcial. Isso é um trabalho preventivo e tenho absoluta certeza que trará seus frutos, seus reflexos a médio e longo prazo nas famílias e conseqüentemente na Igreja. Essa é a nossa responsabilidade como Igreja. Também temos exercitado muito aconselhamento matrimonial com casais em crise; com alguns, obtendo êxito; com outros, onde o problema já era crônico, não. Como é bonito ver a família toda junta na Igreja, adorando, louvando a Deus e buscando o alimento espiritual; mas como é triste quando apenas a filha, o filho, ou a mãe ou o pai estão sozinhos na Igreja. Como Igreja devemos ser e somos contrários a destruição da família através do desquite ou do divórcio e o mesmo somente recebe nosso consentimento quando há risco de vida para seus integrantes. Todos os recursos devem ser usados visando a reconciliação.
E a Igreja como família da fé? Uma vez havendo a Igreja, a família da fé, essa também precisa receber todo o cuidado para que o inimigo não semeie ali a discórdia e promova a sua destruição, mas seu corpo conserve-se com saúde. Aos efésios Paulo escreve a respeito dessa unidade da Igreja: “Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.” (Efésios 4.3-6).
A ação do inimigo se faz sentir muito forte também na família da fé, na Igreja. Esse é o lugar que ele mais freqüenta, pois lá estão os que escapam de suas mãos. Conta-se que numa Convenção Mundial de Demônios Satanás disse em seu discurso de abertura: “Não podemos impedir os cristãos de irem à igreja. Não podemos impedi-los de lerem as suas Bíblias e conhecerem a verdade, nem mesmo podemos impedi-los de formarem um relacionamento íntimo com o seu Salvador. E, uma vez que eles ganham essa conexão com Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado. Então, vamos deixá-los ir para as suas igrejas; vamos deixá-los com os almoços e jantares que nelas organizam, MAS, vamos roubar-lhes o tempo que têm, de maneira a que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento com Jesus Cristo.” E depois deu aos seus servos as orientações de como conseguir isso. Cristãos assim serão membros mortos no corpo da Igreja, na família da fé.
Já nas igrejas primitivas percebemos o estrago dos heréticos, das falsas doutrinas, dos falsos profetas. As coisas não mudaram muito, pois Jesus anunciou em Mateus 24.23-24:” Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.” Não é exatamente isso que nossos olhos vêem a cada dia ao nosso redor? Precisamos de muita maturidade e a Igreja precisa zelar para que a sua família não seja confundida nos assuntos da fé, mas que seu corpo de doutrina seja muito claro e convincente.
Orgulho, inveja, ciúme tem prejudicado a saúde espiritual da família da fé. Satanás tem conseguido que esses sentimentos se apossassem de membros na igreja e com isso tem provocado muito mal estar e danificado bastante a nossa segunda família. Precisamos estar alertas, combater e barrar esses sentimentos em nosso meio, para que não se transforme em ácido corrosivo que destruirá todos os demais sentimentos nobres e puros.
E a derradeira família? Sim, a Igreja também tem o compromisso de falar do derradeiro lar, da nossa família eterna, quando teremos todos o mesmo Pai e seremos um só rebanho conforme as palavras do bom Pastor em João 10.16: “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então haverá um rebanho e um pastor.” Essa será a família perfeita, na qual não haverá mais discórdia, desavença, enfermidade, tristeza, dificuldades e problemas de qualquer espécie. A igreja precisa falar do alvo, da meta para a qual as famílias devem estar direcionadas. Aqui haverá a dor da separação, mas a derradeira família, formada por pessoas de todas as raças, de todos os povos, de todas as famílias terrestres estará unida louvando ao Cordeiro de Deus pelos séculos dos séculos.
Como está a tua família, caro leitor? É harmoniosa, vencedora nos seus desafios? Ou está com dificuldades? Procure ajuda e não deixe as coisas se tornarem crônicas. Como está a sua família espiritual? Há unidade na diversidade? Você faz a sua parte para manter essa família unida e vencer os desafios da Igreja de hoje? Não esqueça se fores fiel na família passageira daqui, certamente terás lugar na família permanente da eternidade.