Uma Igreja comprometida com a diaconia (servir)

Há um ditado popular muito conhecido que diz: “Quem não vive para servir, não serve para viver”!”Jesus, falando aos seus seguidores, disse:” Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?”(Mt 5.13) E logo nos versículos seguintes ele declara: “Vós sois a luz do mundo”. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte…”. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus”. (Mt 5.14 e 16) Ao usar a expressão “Vós” Ele se referiu não apenas aos doze discípulos, mas a todos que entre os ouvintes do Sermão da Montanha viessem a aceitá-lo e fariam parte da Sua Igreja. Em Tg 1.27ª lemos: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações.” Em Ef 2.10 Paulo escreve: “ Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais de antemão preparou para que andássemos nelas.”

Porque estamos citando todos esses textos? Para mostrar que a Igreja, que somos nós, os que crêem em Jesus Cristo, está comprometida com a diaconia, com o servir. Logo no princípio a Igreja Primitiva sentiu a necessidade da diaconia cristã escolhendo em Atos 6.1-7 sete diáconos para cuidar do serviço social e assistencial da Igreja, para que os apóstolos pudessem dedicar todo o seu tempo ao atendimento das necessidades espirituais do rebanho. Nisso ela se coloca de modelo para a Igreja de todos os tempos repassando-nos a idéia de ministérios variados, nos quais a diaconia ocupa seu lugar e espaço.

Quando falamos em servir não podemos deixar de apontar para nosso exemplo maior Jesus Cristo, que não pensou em si, nas suas necessidades, mas sempre colocou as necessidades dos seus contemporâneos em primeiro lugar. Ele prestou à humanidade o melhor e maior serviço que alguém lhe pudesse fazer, dando sua própria vida em resgate de todos quantos o aceitam como seu Salvador e Senhor. Para Ele não havia hora e lugar para aliviar a dor alheia e servir ao próximo e nele a Igreja precisa espelhar-se no desenvolvimento de sua diaconia.

De que formas e maneiras a Igreja pode desenvolver esse seu compromisso diaconal de servir? Preocupando-se sempre com a necessidade específica de cada departamento, em primeiro plano, espiritual. Que as crianças tenham sua Escola Bíblica onde, na sua linguagem, recebam o pão da vida; que os adolescentes recebam orientação para os anos turbulentos da vida; que os jovens tenham suas programações voltadas para sua realidade; que as irmãs em seu Departamento sejam orientadas para serem verdadeiras Martas e Marias; que os casais recebam orientações e informações para uma vida matrimonial harmoniosa e feliz; que as famílias estejam nos cultos e recebam alimento saudável para a conservação de sua saúde espiritual; que os solteiros não sejam esquecidos em sua solidão e muito menos os viúvos e as viúvas; que os idosos recebam atenção especial para sentirem-se valorizados e reconhecidos pelo que fizeram e recebam consolo e conforto para o inverno da vida; que os enlutados recebam a assistência que precisam nas horas da despedida e do sofrimento da separação com seu ente-querido. Em segundo plano, sendo solidária também com as necessidades sociais e físicas de seus membros e de todas as pessoas. A palavra de Deus nos ordena: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.” (Rm 12.15) Em Mt 25.40 está escrito: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Em cada Igreja procura-se ajudar as pessoas mais carentes e desprivilegiadas . O Departamento Feminino, na maioria dos casos, encabeça esse trabalho social realizando campanhas para famílias carentes ou atingidas por sinistros, campanhas também para arrecadar donativos para creches e asilos, para Seminários e instituições filantrópicas. As irmãs também realizam visitações a essas famílias e principalmente às pessoas idosas e enfermas. Já há alguns anos temos em nossa denominação, nossa Campanha Missionária no mês de abril em favor de algum campo missionário mais fraco da Igreja, o que não deixa de ser um serviço de diaconia. Quando pessoas chegam a um lugar novo e desconhecido necessitam do apoio da Igreja para que se entrosem com mais facilidade e rapidez. Os irmãos da Igreja podem, nesse caso, exercer suas qualidades de sal da terra e luz do mundo facilitando a adaptação dos mesmos com seu interesse, sua visitação, seus préstimos. A intercessão em favor dos necessitados não deixa de ser também um serviço de diaconia, pois em Cl 1.9 diz: “Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós…” Muitas Igrejas também auxiliam nas campanhas governamentais através das Secretarias de Ação Social no recolhimento de roupas, calçados, móveis e gêneros alimentícios para as pessoas necessitadas da sua localidade. Quando há pessoas viciadas que desejam livrar-se das correntes dos vícios devemos ajudá-las para serem encaminhadas aos médicos e órgãos competentes que podem fornecer-lhes a ajuda que precisam e principalmente dar-lhes o apoio moral e espiritual que necessitam nessas circunstâncias. Se o seu vizinho está em dificuldades, porque a esposa adoeceu ou está hospitalizada ou vice-versa, oferece seus préstimos a ele, para ajudar no que for preciso. Lembro de uma família que estava cada semana na estrada, viajando a Hospitais para tratamento de seu filho, que sofria de leucemia. Os vizinhos, membros de diferentes denominações, uniram-se para colher a soja dessa família. Esse gesto de solidariedade, de diaconia, de serviço ao próximo me emocionou na época. É no servir, no ajudar, no manifestar e tornar visível o amor de Deus que se revela a autenticidade da nossa fé e da própria Igreja.

À Igreja de Filadélfia, a única a não sofrer repreensão, Jesus diz: “Conheço as tuas obras… que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.” (Ap 3.8) Quais são as obras da sua Igreja? Quais são as suas obras? Em João 5.29 quando Jesus fala a respeito da ressurreição e recompensa final ele declara:” Os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” A idéia que a Bíblia nos repassa do início até o fim é que colheremos o que semeamos. Por isso nosso compromisso com o servir, a diaconia, a prática das boas obras como frutos da fé. Que todos nós estejamos sempre à disposição do nosso Mestre para, cada um na sua Igreja, no seu trabalho, na sua família servir ao outro, porque é dando que receberemos. Façamos o bem sem olhar a quem seguindo a instrução da palavra do Senhor que diz em Gl 6.9-10: ”E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.”

Pr. Ivo Lidio Köhn