Quadro de Família – Revestidos pela graça paternal

Autor: Pr. Ivo Lidio Kohn

Os pais exercem ou podem exercer alguma influência na formação do caráter dos seus filhos. Alguns traços de personalidade e até algumas tendências podem sim ser oriundos de herança genética. Entretanto, a relevância da herança adquirida na formação do ser humano tem sido cada vez mais destacada. Esta herança é aquela que, pesar de não transmitida geneticamente, transmite-se através do convívio, de fatos observados, dos exemplos absorvidos. Muitas pessoas já puderam comprovar a força desta influência em suas próprias histórias de vida. Em Lucas 2.51-52 lemos: “E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” Nestes versículos transparece um pouco do ambiente familiar em que Jesus cresceu e no qual certamente José proveu a proteção, a segurança, a educação que Jesus necessitava.

Nós, cristãos, cremos que Jesus é o Filho de Deus, concebido pelo Espírito Santo. No mundo natural, seu pai era José. Talvez nem mesmo o próprio José pudesse, naquele momento, compreender a plenitude da sua responsabilidade. Talvez ele pensasse que sua tarefa, como pai terreno de Jesus, fosse a de educar o menino nos caminhos do Senhor, exercer influência positiva sobre ele, e contribuir para a concretização dos planos de Deus. Talvez José desejasse transmitir o que tinha de melhor:seu caráter, seu amor a Deus e seu ofício.

Jesus, o Messias, cresceu em graça e conhecimento diante de todos. Foi o nosso exemplo supremo de renúncia aos direitos que tinha, em favor da humanidade perdida. Mas, teria José realmente dado algum exemplo de renúncia para Jesus? Qual era o caráter deste homem? Que tipo de influência o Messias teria recebido de seu pai terreno? O que Jesus pôde observar ou saber sobre José? Não podemos comprovar biblicamente até que ponto ocorreu a influência paternal terrena sobre Jesus. Não sabemos nem exatamente até que idade Jesus teve José por perto. Mas podemos verificar que José tinha caráter. E o caráter de homens como este costuma não morrer facilmente: continua vivo na vida das pessoas que foram impregnadas por ele.

Você, estimado pai, que lê essa coluna, é um pai que influencia positivamente seus filhos, sua família? Você é uma pessoa de caráter, que ama a Deus e aquilo que faz sua profissão? Você está revestido da graça do Pai supremo? Espelhe-se nele e ame sua família como Ele ama ao mundo inteiro. Seja um pai provedor não apenas das necessidades materiais e físicas dos que o Senhor lhe confiou, mas também de suas necessidades afetivas e espirituais. Como Deus foi e é gracioso contigo, seja gracioso com sua esposa e seus filhos. Exerça uma influencia apaziguadora e de serenidade sobre os seus, para que quando olharem a você sintam-se seguros, protegidos e bem guardados. Que José, como pai adotivo de Jesus, seja sua fonte de inspiração! Não esqueça a palavra do Salmo 103.13: “Como um pai trada com bondade os seus filhos, assim o Senhor é bondoso para aqueles que o temem!”

Pastor Ivo Lídio Köhn